segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Mesmo depois de tudo que aconteceu, o que ela queria era entender o que sentia. Haviam os motivos, o orgulho, o afeto, o medo, a insegurança, mas tudo isso era tão pouco para o que fervilhava dentro dela. Paixão? Não... Amor? Com certeza, não, também. Então, o que mais poderia ser? Que outro sentimento era capaz de proporcionar tanta alegria e tristeza ao mesmo tempo em alguém? Perguntas, suposições... nenhuma resposta.
Dessa vez ela sentia que aquilo estava indo embora de vez. Sabia que logo nem lembraria mais, como de costume, e se julgava até insensível pela sua convicção. Não deixava de estar certa. Mas a dor... essa dor vem até do desejo de não sentir dor.
Ela vai atender às ligações esperando aquela voz do outro lado da linha. Vai esperar presentes especiais em datas comemorativas. Esperará notícias ou visitas inesperadas... Ela vai esperar coisas que nunca presenciou.

Talvez porque ela espera alguém que nunca conheceu.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Simples. Sou amante das coisas simples. Hoje preciso delas para sobreviver, já fazem parte da minha vida. Acredito que não seja necessário grandes feitos para tornar-se maior... o segredo se esconde mesmo nos detalhes. Tenho algo meio que confuso que pulula minha existência, mas palavras, sons e jogo de rimas ricas me prendem. Estou sempre em transformação e não consigo ficar uma hora sequer sem aprender qualquer coisa. Habitam em mim umas idéias mirabolantes e uns lobos que correm em época de Lua Cheia. Sonhadora incansável, tenho necessidade de fazer planos e atingir metas. Imagino que darei trabalho a meus filhos na velhice, porque quero trabalhar, inventar, realizar, até que meu corpo e mente me permitam. De vez em quando (mentira, é sempre) eu gosto de estudar o comportamento humano, individual ou em grupos, e meu instinto maternal tem mania de querer abraçar o mundo. Não suporto nada que seja superficial ou que me faça ficar em cima do muro... bom mesmo é se jogar do cais sem conhecer a profundidade. Tenho memória seletiva. Um dos meus maiores problemas é querer dar soluções para tudo e dar conta dos problemas de todos. Tô me controlando (juro!) e tentando me lembrar sempre de uma frase da Martha Medeiros que diz: "Assim como não se deve misturar bebidas, misturar pessoas também pode dar ressaca". E dá ressaca MESMO! Citar literatas é outra mania às vezes irritante. Falar demais também. Morro de saudade dos palcos, atuar é uma paixão na minha vida e lá em cima eu me sinto a pessoa mais realizada do mundo. Já fui muito atrasada, hoje sou quase pontual. Tive que tentar, porque dá para perder amigos ou namorados por atraso constante, além de perder início de filme, peça ou pôr-do-sol. Falando nisso, hoje franzi a testa ao sair no sol. Acho que minha mente ultrapassa os limites de pensamentos por segundo, e de tanto pensar, descobri que pensar enlouquece! Mas o melhor é que agora eu aprendi a enxergar os acontecimentos panoramicamente, e isso faz bem ao estômago e ao futuro. Me livro de qualquer pessoa que me aflija nem que seja um pouquinho só, e não estou ligando para as normas básicas dos relacionamentos. Aliás, meu nick hoje é: sou PLENAMENTE plena!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Quando somos pequenos, brincamos inocentemente e nem imaginamos a enorme estratégia que futuramente precisamos articular. E tudo fica mais complexo, porque nesse jogo há entradas e saídas, perdas e ganhos, encontros e despedidas e milhares de peças escondidas dentro de nossas caixas mais íntimas. O jogo se torna um vício até para quem não deseja mais competir, e somos obrigados a mudar as instruções o tempo todo... afinal, a vida nada mais é do que um quebra-cabeça com distintas e infinitas peças.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sedução



Dentro de mim mora o animal
indômito e selvagem
que talvez te faça mal
talvez uma faísca
relâmpago no olhar
depressa como um susto
me desmascare o rosto
e de repente deixe exposto
o meu pior
em mim germina
uma força perigosa
que contamina
uma paixão vulgar
que corta o ar e que
nenhum poder domina
explode em mim
uma liberdade que te fascina
sopro de vida
brilho que se descortina
luz que cintila, lantejoula
purpurina
fugaz como um desejo
talvez te mate
talvez te salve
o veneno do meu beijo.


Bruna Lombardi

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Singela descoberta

Busco inspiração para as poesias da vida
Alguém que componha as páginas dos meus escritos
Aquela personagem com suas idas e vindas
De alma intensa e relacionamentos mal-resolvidos.

Personagem, essa, que não se importa com os olhares alheios
Que saiba dizer "sim" e "não" na hora certa
Que sonha com aquele homem que extingue seus anseios
E não tenha medo da sua alma liberta.

Quero que ela brilhe
E que a todos ensine
O sentido de viver.

Mas, rapidamente a consciência percebeu
E tratou de me avisar que a indômita personagem
Era eu.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008


A flor de lótus tem um simbolismo que eu acho muito interessante. Para o budismo, ela representa a iluminação e a pureza mental. É uma planta que cresce na lama, mas dá flores lindas e perfeitas, assim como as pessoas, que tem inúmeras imperfeições, impurezas, mas têm um grande potencial interior para atingir a perfeição.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Convite

Que tal um cadinho
infesto de riso,
de colo e vinho?

Que tal um cantinho
liberto de viço,
de solo juntinho?

Vem, meu dengo...
Sem nada dizer,
te dou meu abraço

Vem, meu bem...
Sem mais, nem porque,
te deixo meu rastro.